sexta-feira, 30 de abril de 2010

_________ é um momento silencioso

Quando estamos a sós, oh Solidão!
O silêncio vem gritando
(por mais surdo que estejamos)
A voz do sofrido coração:

“Você ainda está vivo!”

terça-feira, 23 de março de 2010

Mais um dela (como se os outros não fossem)

Sempre soube que ia acabar no chão
E ainda sim me atirei com vendas
Nos olhos do alto de precipícios,
Mas juro, pensei que cair duraria mais...

Agora, meus pés quebrados não me deixam
Ir pra casa e eu estou cada vez mais
Coberto de folhas em seu quintal e esquecido.

Ah! Se eu fosse poeta saberia como me defender,
Mas eu sou só mais um garoto imbecil a se repetir.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Este título não vai te vender o texto

Destrua-se!
Não deixe sobrar nem um pedaço.
Acabe com tudo isso que leva o nome de integridade e/ou moral.
A tradição está falida, aproveite pra enterrar os costumes e o bom senso.
O orgulho e narcisismo foram encontrados no ralo.
Não diga que Deus está morto se ainda consigo respirar.
O homem é o lixo da própria humanidade. Condenamos tudo que somos, tudo o que não presta, tudo que nos faz humano.

Não ache que sou apenas uma merda ambulante...
Também sou meu trabalho, mesmo não sabendo como continuo fazendo a mesma besteira todos os dias. Já pensou na quantidade de conhecimento que é desperdiçado? Perdemos nossos dias fazendo tarefas que nem ao menos servem para aprendermos algo que levará adiante. Só reproduzimos o que encontramos nos manuais!
Sou minha família quando faço de tudo pra não passar o natal com os mesmos coitados.
Sou meu carro que comprei em cento e trinta e sete prestações, mas o vidro elétrico e o alarme me protegerão da imundice das ruas.
Sou também minha casa e todos os aparelhos, máquinas e facilidades/futilidades da vida moderna.
Sou meu dinheiro, ou o que restar do mesmo. Saia na rua sem nenhuma forma de moeda (dinheiro, moeda, cartão, cheque, órgãos sexuais...) e verá o porquê você é, além de todo o vazio acima e abaixo, seu querido e suado dinheiro.
Tentarei ser meu plano de saúde, se o mesmo servir de forma quase digna algum dia.
Não sou o Amor, não sou a Raiva, nem o Ódio, muito menos o Perdão e a Sabedoria.
Também não sou o meu pensamento e estou muito longe de ser ele. Engraçado, não?
O pensamento agora é visto como um alter ego que nunca se exteriorizará. Quem mostraria seus pensamentos mais sujos? Aqueles que só você tem (des)conhecimento. Esconda-se de você mesmo! É isso que todos queremos.
Eu sou o que mostro ser. Mas não fique equivocado por que você também é tudo isso que sou e estamos no mesmo patamar de mediocridade: a Sociedade.
Agora mesmo, estou financiando tudo o que critico e você também. Irônica e contraditória. Minha voz denuncia a modernidade em nome dos valores que a própria modernidade criou.
Não hesitaria em dizer que somos a parte da história mais desprezível e descartável.
Somos condenados a auto-condenação!
A falta de propósito chama meu nome.
Quem foi que disse que tenho que lutar por algo?
O que irei defender? O meio-ambiente? Guevara? Hitler? Legalização das drogas? Aborto? Paciência, paciência é o que preciso!
Por que diabos acreditaria em algo que não tem meu suor? Vou defender a natureza como os cybers-ambientalistas que compram idéias pré-fabricadas na internet e se tornam revolucionários de poltrona? Não, prefiro me excluir dessa hipocrisia chamada de 'acreditar sem entender e sem agir'. Acreditar virou sinônimo de 'limitar-se'. De limites, estou cheio. Já me disseram que não posso voar, nem mudar o real, nem voltar no tempo, nem muito menos ter um amor de verdade... Me limitei a isto.
Enfim, no final, tudo não passa de um castelo de areia imaginário. É tão ridículo que no próprio plano metafísico não se concretiza.
Todas essas linhas têm uma intenção: 'BOICOTE-SE!'
Nada é real, nem um tiro na sua testa.



Você não leu este post.
FNORD

quinta-feira, 11 de março de 2010

Porque nada é pior que o silêncio que faz você escutar a voz mais baixa da sua mente

­ ­ Já era o momento mais escuro e triste da noite quando ele saiu sem direção. Andava como se um tiro tivesse acertado seu corpo em cheio, como se precisasse chegar a algum lugar e esperar a morte pra levá-lo embora. As lágrimas molhavam seu rosto de uma forma jamais vista, e o coração batia tão forte que parecia ser a última vez.
­ ­ Sentiu o cheiro da maresia, ouviu as ondas ficarem mais fortes, percebeu que estava mais perto do mar, até que mais um pouco pra lá, a luz da lua mostrava seu leito de morte. Quando sentou, o gramado parecia estar esperando o mesmo. Ele falava parecendo que alguém estava ali ouvindo suas dores, talvez estivesse, mas o vento trazia o som do mar e arrancava a voz da sua garganta, deixando-o mais fraco do que se sentia.
­ ­ Então, só restava deitar e esperar. Fechou os olhos na esperança que o tempo passasse mais rápido e tudo acabasse naquele instante. Quando percebeu, estava deitado numa cama, o ambiente era muito familiar e ele não estava sozinho. Ao seu lado, a mulher o olhava de uma forma que ninguém conseguirá fazer igual e seu sorriso o contagiava, tinha capacidade de mudar qualquer situação. Eles se abraçaram, sabiam que naquele momento eram um só. Sabiam também que, enquanto estivessem naquele quarto, nada do outro lado da janela e da porta tinha alguma importância. As horas passavam e eles se olhavam como se um entrasse no universo do outro, então perceberam que os dois corações diziam o mesmo. Mas uma luz muito forte atravessava as cortinas e as paredes do quarto, parecia que ele estava ficando cego e percebeu que algo estava o tirando aos poucos daquele lugar. Lutou pra não deixa-la, mas tal força era insuperável.
­ ­ Era o sol trazendo-o de volta para o mesmo gramado. Nunca foi tão difícil acreditar que teria voltado àquela vida de dor e angústia. Quando abriu os olhos, indignou-se e gritava seu desespero contra o sol. Caiu aos prantos na areia, chorava por não conseguir ser forte o bastante para superar sua maior perda.
­ ­ Quando voltava para sua casa, o pensamento dizia que aquilo tinha que parar, pois chegou a um ponto tão insuportável que outra voz o perturbava constantemente. Ela estava chamando pra um lugar sem volta, mas ele não tinha coragem de se machucar aos poucos. Precisava de algo instantâneo, algo que fosse tão brutal ao ponto de não sentir dor. Então prometeu a si que não pensaria mais no acontecido dos últimos meses, pois era o único jeito de ser mais forte que o desejo de acabar consigo. Desse jeito parece ser fácil, mas no final, o que se encontrou foi uma página com essa estória escrita e as manchas visíveis de lágrimas que borraram a tinta, por isso ele escreveu isto aqui e a estória continua sem alguma mudança, mas não foi em vão.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Unfinished

I wish you could put your ear up to my heart
And hear how much I love you.

I still dream of December,
Dancing together with rings on our fingers.

And the two shall become...

sábado, 6 de março de 2010

Quartos, quadros e espasmos

Eu quis te ver, a propósito guardei
Sete quadros desse quarto dentro de um só.
Eu quis te ter, sete quartos deste quarto,
Sete quadros num olhar que só você me deu.

Você não pôde ter um pedaço deste fardo
Que não sobrou nem um quarto dentro de você.
Eu não quis saber, a propósito deixei
Um pedaço de você dentro de um só eu.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Critério

Nomeia um sentimento;
Define o nome;
Caracteriza o amor;
Indica uma posição em uma seqüência.
(...)

0 1.358.351.31 9.1.31.0 4.0.'

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Soneto das vozes sem boca

Quem é este que se esconde atrás do espelho?
É o mesmo que sussurra meu desespero
Ou aquele que não encontra seus passos?

Covarde, eu sei. Você sabe, não eu.
Mas como meu grito não o estilhaça
Quando só resta o som mais fraco
Dessa voz pálida almejando o porvir?

Engasgado de angústia, vomito ansiedade.
Por que roubar a dor se com este equívoco
O sonho e a (ir)realidade não era um só?

Então rasgue o tempo e esqueça as palavras.
Se queimar não é o suficiente,
Deverá existir tanto encanto do outro lado
Que não é de se enxergar as cinzas esquálidas.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tão ensurdecedor quanto parece

Eu quero ouvir o som que faz
Quando um coração se quebra
E que não seja o meu.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Efêmero, o Limitador do Infinito

Só por hoje vou deixar o vento me levar pra bem longe,
Em algum lugar que não possa mais voltar a ser quem sou.
Mudar onde estou, queimar o que sobrou e morrer de amor.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A saga do som adormecido

Do alto, o silêncio da Morte ensurdece.
Quando seu grito o empurra pra baixo, não segura.
(...)
Na boca, o gosto de sangue;
No vazio, o peito.