quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Soneto das vozes sem boca

Quem é este que se esconde atrás do espelho?
É o mesmo que sussurra meu desespero
Ou aquele que não encontra seus passos?

Covarde, eu sei. Você sabe, não eu.
Mas como meu grito não o estilhaça
Quando só resta o som mais fraco
Dessa voz pálida almejando o porvir?

Engasgado de angústia, vomito ansiedade.
Por que roubar a dor se com este equívoco
O sonho e a (ir)realidade não era um só?

Então rasgue o tempo e esqueça as palavras.
Se queimar não é o suficiente,
Deverá existir tanto encanto do outro lado
Que não é de se enxergar as cinzas esquálidas.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tão ensurdecedor quanto parece

Eu quero ouvir o som que faz
Quando um coração se quebra
E que não seja o meu.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Efêmero, o Limitador do Infinito

Só por hoje vou deixar o vento me levar pra bem longe,
Em algum lugar que não possa mais voltar a ser quem sou.
Mudar onde estou, queimar o que sobrou e morrer de amor.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A saga do som adormecido

Do alto, o silêncio da Morte ensurdece.
Quando seu grito o empurra pra baixo, não segura.
(...)
Na boca, o gosto de sangue;
No vazio, o peito.